Dia da Criança

Dia da Criança

Por Antônio de Oliveira

Criança, símbolo de diversão, de alegria espontânea e despretensiosa.
De horas e horas felizes, feliz com o mesmo e, às vezes, único brinquedo.
Brinquedo por vezes insignificante aos olhos dos adultos: uma bola, uma boneca sem sofisticação, um pedaço de papel e lápis de cor. Feliz Dia da Criança! É hora de recreio. E nada mais sério do que uma criança brincando.

Pipa é um brinquedo que consiste em uma armação de varetas de bambu, ou de madeira leve, coberta de papel fino, e que, por meio de uma linha, se empina, mantendo-se no ar. Machado de Assis assim o descreve e circunscreve: “vi através das vidraças da escola, no claro azul do céu,
… um papagaio de papel, alto e largo, preso de uma corda imensa,
que bojava no ar”. Isso porque papagaio pode ser sinônimo de pipa.

pipa-papagaio-bandeira-do-brasil-dia-da-crianca-2

Foi lido por muitos o livro e, por muitos, foi visto o filme “O caçador de pipas”. Antigamente, soltar papagaio era precedido de um ritual, pois era preciso fazer ou improvisar um rolo ou uma latinha, adquirir papel de seda e varetas, e preparar o grude. Grude, uma substância ou preparado glutinoso para fazer aderir papel, inclusive às varetas, como no caso. Uma espécie de cola de amido, goma preparada com farinha de trigo ou polvilho. Isso fazia parte do universo infantil. Hoje, tudo é comprado pronto, descartável. Sem ritual.

Mas ainda hoje se pode ver, como da Praça do Papa, em Belo Horizonte, num domingo de sol, algum papagaio, alto e largo, bojando no ar. No mês de agosto e muito a gosto dos pais, é comum, ao lado de uma criança, o pai puxando a linha, dando corda, olhando para cima e quase sem deixar a criança se soltar e soltar, empinar seu pássaro de papel. Não se sabe se é desvelo de pai ou porque o pai volta a ser criança, ou se pelos dois motivos.

pipa-papagaio-bandeira-do-brasil-dia-da-crianca

Assim, pelos dois motivos: desvelo e graça de ser ou tornar-se criança: feliz dia das crianças! Além disso, vale sempre olhar para o alto. De pés no chão… e de olho nas pipas voadoras.

Autor: O professor Antônio de Oliveira, cronista fascinante, é Mestre em Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma, na Itália. Licenciado em Letras e em Estudos Sociais pela Universidade de Itaúna; em Pedagogia e em Filosofia pela Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras de São João del Rei. Estágio Pedagógico na França. Contato: [email protected]

Imagens: sxc.hu

Thomas Agnus https://www.duniverso.com.br/

Autor do livro “O Emburrecimento do Mundo – Dicas Para Extinguir Uma Raça”, lançado pela Editora Viseu. Fundei o Portal Duniverso em 2009, iniciando minha saga como escritor.
P.S.: Nem todos os artigos são de minha autoria. No final de cada um encontra-se o nome do autor.

Sugestões de leitura

More From Author

+ There are no comments

Add yours