SER GRANDE

SER GRANDE

Magnanimidade talvez possa ser uma palavra-chave para a Semana Santa que se inicia amanhã: Prova de amor maior não há que doar a vida pelo irmão, pela irmã… 

Por Antônio de Oliveira

Em tempos de confinamento e de isolamento social forçado, abre-se espaço, em casa, para meditação, reflexão. Debrucei-me, hoje, sobre um poema, em Odes de Ricardo Reis: Fernando Pessoa, Para ser Grande, sê Inteiro. Fiquei imaginando: Para ser grande não é preciso ser grande, mas é preciso ser inteiro. Nesse sentido, aplica-se o dito: Tamanho não é documento. Tampouco importa ser gente, necessariamente. Estive a meditar o que é ser grande…

Admiramos o trabalho de uma formiguinha, cujo esforço se elogia e é dado como exemplo de solidariedade com outras formigas, dai se estendendo, como um desideratum, até os humanos. Roberto Carlos canta a sensual atração de Mujer Pequeña. Uma criancinha é grande sem ser grande. É inteira. Do tamanho dela.

Ser grande é abraçar uma grande causa. A causa do viver. Não importa o tamanho de quem abraça. Abraçar, em tempos de coronavírus, só em sentido figurado ou virtual. Prepotente, o inimigo viral proibiu aproximação física, desaproximando o afeto sentido e cordial. “Ser grande é amar os pequenos. Ser pequeno é amar os grandes”, nesse grande trocadilho de Teresa de Ávila. Importa não exagerar nem excluir. Ser todo em cada causa, digo, coisa, segundo Pessoa. Devotando-se todo, empenhando-se toda no mínimo que fazes.

Espelhas-te na água. Em cada lago, a lua toda brilha. Por que? Porque alta vive. Não sejas Narciso definhando diante da própria beleza. Sê luz para alumiar a todos ao teu redor. A luz se instala nas trevas. Como a lua. Que ilumina as águas em grande, com largueza, à grande, à larga, de grande. Infinitamente grande, somente Deus, sem sucessão no tempo, de limite infinito, se assim se pode dizer. Sê grande à Sua imagem e semelhança. Assim como as montanhas refletem os sons produzindo eco, em pequena grande escala pessoas de luz interior irradiam, de seus olhos, paz. amor e calor humano. Sê inteira! Sê inteiro! Sê grande crescendo em grandeza. De humana grandeza… em magnitude e generosidade.

Professor | Escritor | Poeta
Antônio de Oliveira
| Professor | Escritor | Poeta
| email:  [email protected]
| endereço:  Belo Horizonte Minas Gerais

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Thomas Agnus https://www.duniverso.com.br/

Autor do livro “O Emburrecimento do Mundo – Dicas Para Extinguir Uma Raça”, lançado pela Editora Viseu. Fundei o Portal Duniverso em 2009, iniciando minha saga como escritor.
P.S.: Nem todos os artigos são de minha autoria. No final de cada um encontra-se o nome do autor.

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