É Dando Que Se Recebe

É Dando Que Se Recebe

Por Antônio de Oliveira

Nosso meio político faz uma interpretação sacrílega da sublime Oração de São Francisco. Faz-se cortesia com chapéu alheio, pois o dono legítimo do erário é o povo. Políticos, governantes, servidores públicos, concursados ou apadrinhados, alguns regiamente aquinhoados, não passam de prestadores de serviços ao povo, a quem deveriam prestar contas. Entretanto, muita coisa funciona impunemente na base da barganha. Com uma dentadura se compra o voto; já o apoio a um veto da Presidência pode custar um ministério. E não é que, mesmo assim, quando já se “ganhou” o ministério, por vezes é dando que ainda não se recebe?!…

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Meu entendimento de inflação já vem trocado a miúdo. Inflação é, basicamente, gastar mais do que se recebe ou se tem, com a agravante de que, se falta dinheiro, cobra-se mais do povo por meio de impostos. Mais, mais, sempre mais, apesar do discurso de austeridade e de que já pagamos muito imposto. Sim, basta acompanhar o impostômetro!

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Como contribuinte, sugiro a suas pródigas excelências uma reflexão a partir de dois textos clássicos. O primeiro, uma fábula de Esopo, A Cigarra e a Formiga. Em resumo, as formiguinhas trabalhavam arduamente durante o verão a fim de poderem usufruir no inverno. Enquanto isso, a cigarra cantava, flanava o tempo todo. Conclusão evidente…

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Na Bíblia, José decifra com precisão dois sonhos do Faraó. As sete vacas gordas e as sete espigas cheias prenunciam sete anos de fartura; as sete vacas magras e as sete espigas vazias representam sete anos de penúria, de devastação. Entendendo o recado, o Faraó nomeia José primeiro-ministro (entre nós seria como que o ministro da Fazenda) a fim de coordenar fossem armazenadas grandes reservas de trigo em grandes celeiros. Aliás, a palavra celeiro é recorrente em textos do Antigo e do Novo Testamento.

Atualmente estamos vivendo tempo de vacas magras, de escassez de água. Cadê a água que estava aqui? Cadê? O gato bebeu!…

Autor: O professor Antônio de Oliveira, cronista fascinante, é Mestre em Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma, na Itália. Licenciado em Letras e em Estudos Sociais pela Universidade de Itaúna; em Pedagogia e em Filosofia pela Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras de São João del Rei. Estágio Pedagógico na França. Contato: [email protected]

Imagens: sxc.hu e wikipedia.com

Thomas Agnus https://www.duniverso.com.br/

Autor do livro “O Emburrecimento do Mundo – Dicas Para Extinguir Uma Raça”, lançado pela Editora Viseu. Fundei o Portal Duniverso em 2009, iniciando minha saga como escritor.
P.S.: Nem todos os artigos são de minha autoria. No final de cada um encontra-se o nome do autor.

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