S.O.S. GUARDA-CHUVA

S.O.S. GUARDA-CHUVA

Por Antônio de Oliveira

Um guarda-chuva resguarda as pessoas da chuva ou do sol. No caso do sol, seria, propriamente: guarda-sol, para os homens; para as mulheres, sombrinha. Conhecido também como chapéu-de-chuva, chapéu-de-sol, chapéu, para-sol, para-chuva, umbela, barraca.

O papagaio Zé Carioca é retratado carregando um guarda-chuva e é identificado com o malandro carioca, sempre se safando dos problemas com esperteza. Até debaixo do guarda-chuva aberto, como no filme “Cantando na chuva”, se pode dançar. Elis Regina “dança na corda bamba, de sombrinha”. Mary Poppins usa um guarda-chuva mágico como paraquedas. O extinto Banco Nacional era conhecido como o banco do guarda-chuva.

Qualquer semelhança com o foro privilegiado não é mera coincidência. O povo, que está na chuva, é para molhar. No político resguardado pelo foro privilegiado, cujo nome está dizendo que é um privilégio, nem respinga. E aí, enquanto o povo senta e chora, ele deita e rola e, quando ameaçado, além da figura da prescrição, cria privilégios, novas salvaguardas, dando uma de inocente e repudiando qualquer denúncia como falsa, descabida, arbitrária, sem provas, meras ilações; denúncia não confiável, desvairada, infundada, retaliação. E então as defesas, todas, acessam a mesma tecla “S.O.S. guarda-chuva”. Tudo dentro da lei e dos intérpretes da lei.

Durante muito tempo o Brasil foi considerado o maior país católico do mundo. Atualmente, carrega a pecha de um dos países mais corruptos. Triste, lamentável classificação!

Costuma-se fazer distinção entre corruptor e corrupto. Mas, afinal, quem é o corruptor e quem é o corrupto? Em geral se denomina corruptor aquele propõe primeiro, quando na verdade o outro estava doido para ouvir a proposta e fazer sua contraproposta. Questão de ação e reação. Eva, que foi corrompida pela serpente, corrompeu Adão. Deu no que deu. Guarda-chuva tentador, mágico protetor da imunidade debaixo da inarredável barraca da impunidade.

Autor: O professor Antônio de Oliveira, cronista fascinante, é Mestre em Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma, na Itália. Licenciado em Letras e em Estudos Sociais pela Universidade de Itaúna; em Pedagogia e em Filosofia pela Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras de São João del Rei. Estágio Pedagógico na França. Contato: [email protected]

Imagem: sxc.hu

Thomas Agnus https://www.duniverso.com.br/

Autor do livro “O Emburrecimento do Mundo – Dicas Para Extinguir Uma Raça”, lançado pela Editora Viseu. Fundei o Portal Duniverso em 2009, iniciando minha saga como escritor.
P.S.: Nem todos os artigos são de minha autoria. No final de cada um encontra-se o nome do autor.

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