Chapéu dos Outros

Chapéu dos Outros

Por Antônio de Oliveira

A expressão popular “fazer cortesia com chapéu alheio (ou dos outros)” é empregada pejorativamente quando se procura angariar simpatia de um ato à custa de outras pessoas. No caso aqui lembrado, com chapéu do povo.

Há poucos dias, li a seguinte manchete estampada em um jornal: “Governo
abre cofre contra impeachment”. Não estou aqui a julgar da legalidade de “abrir o cofre”, mas me intriga o aspecto de legitimidade, o aspecto ético, moral, cristão. Pelo que me consta, o governo não tem cofre, administra o cofre do erário. Administrar não significa usar a seu bel-prazer. Sei que isso é rotina no meio político, a tal de barganha, de verbas, de ministérios, de cargos para apaniguados. E não apenas no nível federal, mas também nos estados e municípios. É como aquela história também de foro privilegiado. Afinal, isso é democracia? Eu só queria entender.

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Além disso, as tais publicidades oficiais em geral não passam de propagandas mesmo, também à nossa custa. Isso não significa que aos agentes públicos não caiba prestar contas. Prestar contas é uma coisa, fazer propaganda é outra. E, em alguns casos, repetidamente, na televisão, no rádio, nos jornais. Exaustivamente. Chega a ser enfadonho. Curioso ainda é que esses informes publicitários (não seriam “informes perdulários”?) são mostrados nos intervalos “comerciais”, portanto pagos com dinheiro de impostos, quando não são considerados de utilidade pública. Ao marketing desvairado antecede o devido respeito ao cidadão.

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Outro questionamento. Inúmeros processos instaurados contra políticos por inidoneidade de conduta se arrastam meses e meses no plenipotenciário Congresso, em reuniões tumultuadas, Por conta de quem, quem?… Do contribuinte, por meio de impostos diretos ou indiretos embutidos em praticamente todos os produtos comercializados.

A política, de nobre, passou a ignóbil. Carecemos de um mea-culpa nacional para recuperarmos o orgulho de ser brasileiro.

Autor: O professor Antônio de Oliveira, cronista fascinante, é Mestre em Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma, na Itália. Licenciado em Letras e em Estudos Sociais pela Universidade de Itaúna; em Pedagogia e em Filosofia pela Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras de São João del Rei. Estágio Pedagógico na França. Contato: [email protected]

Imagens: sxc.hu

Thomas Agnus https://www.duniverso.com.br/

Autor do livro “O Emburrecimento do Mundo – Dicas Para Extinguir Uma Raça”, lançado pela Editora Viseu. Fundei o Portal Duniverso em 2009, iniciando minha saga como escritor.
P.S.: Nem todos os artigos são de minha autoria. No final de cada um encontra-se o nome do autor.

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