Mais do que lição de vida, uma obra de amor: Irena Sendler

Mais do que lição de vida, uma obra de amor: Irena Sendler

Holocausto.
O extermínio sistemático de seis milhões de judeus é uma história de horror e tristeza permanente. Os esqueletos carbonizados, os experimentos diabólicos, os campos de extermínio, as sepulturas em massa, a fumaça das chaminés ficarão para sempre na memória. Em 1933 nove milhões de judeus viviam nos 21 países da Europa que seriam ocupados pela Alemanha durante a guerra. Em 1945, dois em cada três judeus europeus haviam sido mortos pelos nazistas. Um milhão e meio de crianças foram assassinadas.

No entanto, havia atos de coragem e decência humana durante o Holocausto e histórias para testemunhar o amor, bondade e compaixão. Esta é a história de uma mulher incrível e seu dom de solidariedade para a humanidade. Irena Sendler. Um nome desconhecido para a maioria das pessoas, mas esta mulher notável desafiou os nazistas e salvou 2.500 crianças judias tirando-as furtivamente para fora do Gueto de Varsóvia.
Nascida em Otwock, cidade a 15 quilômetros de Varsóvia, Polônia, no ano de 1910, aprendeu com seus pais a respeitar e amar as pessoas independentemente da sua etnia ou condição social.

Em 1939 a Alemanha invadiu a Polônia, e a brutalidade do nazismo chegou com assassinatos, violência e terror.
No ano de 1942 os nazistas isolaram centenas de milhares de judeus em uma área de 16 blocos, que ficou conhecida como o Gueto de Varsóvia onde as famílias judaicas presas atrás de seus muros estavam apenas para esperar a morte certa. Chocada com essas condições Sendler se juntou a Zegota (Conselho de Ajuda aos Judeus) organizado pelo movimento de resistência subterrâneo polonês e focou seus esforços em resgatar crianças judias.

As crianças eram retiradas do jeito que desse, como em sacos para cadáveres, enfiadas no meio de cargas como mercadorias, em sacos de batata, colocadas em caixões, etc. Algumas foram retiradas através de uma igreja do Gueto que tinha duas entradas, sendo uma aberta para o gueto e outra abria para o lado ariano de Varsóvia. Eles entraram na igreja como judeus e saiam como cristãos.
Neste ritmo ela emitiu centenas de documentos falsos com assinaturas forjadas conseguindo “contrabandear” cerca de 2.500 crianças judias para a segurança dando-lhes novas identidades temporárias.

Ela manteve o registro de suas verdadeiras identidades em frascos enterrados debaixo de uma macieira no quintal de um vizinho, em frente ao quartel alemão, esperando que um dia poderia desenterrar os frascos, localizar as crianças e informá-las do seu passado.
Os nazistas tomaram conhecimento das atividades de Irena e em 20 de outubro 1943 quando foi presa e brutalmente torturada pela Gestapo, que quebrou seus pés e pernas sem conseguirem quebrar seu espírito.
Ela era a única que sabia os nomes e endereços das famílias que abrigaram as crianças e apesar da tortura que a deixou aleijada pelo resto da vida, não traiu seus colaboradores ou qualquer uma das crianças.

Na prisão Pawiak condenada à morte, Irena foi salva no último minuto, quando os membros da Zegota subornaram um agente da Gestapo que suspendeu a execução e lhe deu chance para fugir.
Para finalizar deixo suas palavras ditas em 2007 durante a cerimônia de Elzbieta Ficowska: “Cada crianças salva com a minha ajuda é a justificação da minha existência na Terra, e não um título para glória! Mais de meio século se passou desde o inferno do Holocausto, mas seu espectro ainda paira sobre o mundo e não nos deixa esquecer.”
Falecida em 12 de maio de 2008 deixa um legado de honra, dignidade e fundamentalmente amor ao próximo, tão escassos nos dias de hoje.
Grande abraço!

Fontes:
en.wikipedia.org
irenasendler.org
Louis Bülow
hiddenmissives.tumblr.com

Thomas Agnus https://www.duniverso.com.br/

Autor do livro “O Emburrecimento do Mundo – Dicas Para Extinguir Uma Raça”, lançado pela Editora Viseu. Fundei o Portal Duniverso em 2009, iniciando minha saga como escritor.
P.S.: Nem todos os artigos são de minha autoria. No final de cada um encontra-se o nome do autor.

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