DISCRIMINAÇÕES DISFARÇADAS

DISCRIMINAÇÕES DISFARÇADAS

Por Antônio de Oliveira

Destacar pode ter caráter discriminatório. Caso do craque Neymar. Minha netinha já diz Reimar. Reimar que podia ter reinado na seleção brasileira. Mas futebol não é uma competição individual. São onze jogadores, incluindo o goleiro. Se a equipe não estiver coesa, em vão uma estrela brilhará sozinha. Se brilhar. Neymar é destaque, mas há que pensar na equipe. É de nossa índole, notadamente da mídia apelativa, sobre-estimar a atuação de uma pessoa, em detrimento de outras pessoas que colaborem para o sucesso daquela pessoa. Quando todo o time se empenha em ganhar, cada jogador pode fazer a diferença, seja furando um gol decisivo, acertando um pênalti, ou o goleiro pegando um pênalti.

Outros casos. Muitos leitores pautam sua leitura de livros e sua aquisição pela lista dos mais vendidos, best-sellers, sucessos de livraria, nem sempre entre os melhores. O mercado determina o nível de qualidade. Nas eleições, a vitória depende basicamente do discurso, da propaganda, de marketing e de marqueteiros, e de financiamentos nem sempre lícitos. Assim em quase tudo. Veja-se o disparate entre o que ganha um funcionário público mais graduado, ministro, deputado, etc. em comparação com a maioria de profissionais e trabalhadores que não podem aumentar por conta própria o próprio salário nem as vantagens do cargo.

A palavra inglesa ranking é traduzida por classificação. Temos a mania de melhor/maior do mundo. Nossa seleção, que perdeu de 7×1 na Copa de 2014, ainda vive na ilusão e na falta de austeridade em razão de tanta mordomia e idolatria de garotos-propaganda. O corpo se entrega, amolece. Quando da Copa do Mundo descem os deuses do Olimpo, ungidos heróis pelos formadores de opinião pública. Nossos governantes, políticos e autoridades vivem a expensas do contribuinte como se fôssemos o país mais desenvolvido do mundo. Mania de superdimensionar potencialidades nem sempre operacionalizadas e postas à prova.

Autor: O professor Antônio de Oliveira, cronista fascinante, é Mestre em Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma, na Itália. Licenciado em Letras e em Estudos Sociais pela Universidade de Itaúna; em Pedagogia e em Filosofia pela Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras de São João del Rei. Estágio Pedagógico na França. Contato: [email protected]

Imagem: shc.hu

Thomas Agnus https://www.duniverso.com.br/

Autor do livro “O Emburrecimento do Mundo – Dicas Para Extinguir Uma Raça”, lançado pela Editora Viseu. Fundei o Portal Duniverso em 2009, iniciando minha saga como escritor.
P.S.: Nem todos os artigos são de minha autoria. No final de cada um encontra-se o nome do autor.

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