Tudo o que você pode reciclar no caminhão

Tudo o que você pode reciclar no caminhão

Depois de um bom tempo na estrada, máquinas podem ter suas peças reaproveitadas para diversas finalidades

Os caminhões estão entre os veículos mais duráveis que você pode encontrar. Enquanto no caso dos veículos de passeio é comum que os motoristas os troquem a cada cinco ou seis anos, no caso dos caminhões é comum encontrar veículos com dez a quinze anos de idade rodando por aí. Porém, uma hora chega o momento de se despedir deles.

É nesse momento que entram em cena as empresas de reciclagem de caminhão. Elas também podem ser conhecidas como “desmanches”, mas a palavra acabou sendo associada a um estabelecimento ilegal, de forma que se evita a sua utilização. Há muitas empresas legalizadas aptas a desmontar o seu possante por completo e reaproveitar cada uma das partes da melhor maneira possível. Vamos conhecer um pouco mais sobre esse mundo.

Ideia é sucesso lá fora

Em lugares como nos Estados Unidos e na Europa é muito comum encontrar empresas especializadas em desmontar caminhões e reaproveitar algumas de suas peças. Essa, aliás, é uma das razões pela qual o transporte rodoviário é mais barato em certas localidades. Reaproveitando certas peças o custo de manutenção cai consideravelmente. Além disso, faz bem para o meio ambiente produzir menos componentes.

Já no Brasil, como mencionamos, o negócio ainda é visto com uma certa dose de preconceito. Os chamados desmanches frequentemente são associados a estabelecimentos que funcionam na ilegalidade, receptando peças de veículos roubados. Sim, há vários exemplos como esse pelo país, mas boa parte dos centros de reciclagem funcionam de forma regular, recebendo caminhões sinistrados ou em vias de aposentadoria.

Venda de peças usadas é um mercado em crescimento

Se o consumidor final ainda recorre menos do que deveria às centrais de reciclagem que vendem peças de caminhão, o mesmo não se pode dizer de empresas de logística e grandes companhias. Por demandarem um alto volume de peças de manutenção ao longo do ano, essas empresas recorrem a alternativas mais baratas e muitas vezes encontram o que precisam nessas centrais de reciclagem.

As peças reaproveitadas são testadas antes e depois são adaptadas aos caminhões que ainda estão em funcionamento. Sempre que um veículo é sinistrado, por exemplo, mesmo nos casos em que há a chamada “perda total” ainda assim muitas peças escapam ilesas do acidente. O mesmo pode ser dito no caso da aposentadoria de um veículo, pois muitas das peças ainda estão em pleno funcionamento.

Os próprios mecânicos são unânimes em afirmar que, quando há alguma batida, em geral a maior parte dos danos se resume à lataria, mas os componentes mecânicos não são prejudicados. Assim, esses veículos acabam indo para leilão, mandados pelas seguradoras e transportadoras. Cabe às oficinas encontrar essas oportunidades e recuperá-las.

Reciclagem das peças que sobram

Nem todas as peças podem ser reaproveitadas. Em um caminhão, seja ele uma carreta, um furgão ou um caminhão munck, há muitos quilos de material que podem ser reciclados da forma mais tradicional. Os pneus, por exemplo, viram combustível para fornos industriais e matéria-prima para a fabricação de asfalto. Já óleos e fluidos podem ser refinados e reutilizados.

O mesmo acontece com os itens da lataria e do estofamento. Em linhas gerais, é possível afirmar que nada de um caminhão se perde. Tudo pode ser enviado para a reciclagem e, posteriormente, virar peças novas seja para outro caminhão, para veículos ou até mesmo em áreas completamente diferentes.

Ainda há muito espaço para esse mercado crescer

O Brasil ainda pode crescer muito no que diz respeito à reciclagem de caminhões. Quem afirma isso é o Sindicato das Empresas de Sucata de Ferro e Aço (Sindinesfa). Segundo dados da entidade, hoje no Brasil menos de 2% da frota sem condições de rodagem é enviada para a reciclagem.

Já em outras localidades, como na Europa, esse índice pode chegar a 95%. Alguns países, inclusive, estipulam metas de reciclagem para os próprios fabricantes, o que faz com que esse segmento represente um negócio de grandes proporções. Portanto, isso demonstra que há muito espaço no Brasil para crescimento desse mercado.

Contribuindo para o meio ambiente

Quando uma peça reciclada é adquirida, o consumidor evita que toneladas de CO² sejam enviadas para a atmosfera na produção de novas peças. Algumas montadoras contam hoje com parcerias com algumas empresas, visando não apenas reaproveitar eventuais matérias, como também reduzir custos e colaborar com o meio ambiente.

Um exemplo: uma cabine de um caminhão tem aproximadamente 200 quilos de metais que podem ser enviados para a reciclagem. No Paraná, por exemplo, a Gerdau é uma das empresas que adquire esse material reciclável e o transforma em ferro para ser utilizado na construção civil. Já as peças de plástico são recicladas e podem virar sacos de lixo.

Veículos mais acessíveis

Montadoras como a Volvo, por exemplo, trabalham em alguma medida com veículos que utilizam peças recicladas. Essas peças não são utilizadas em caminhões novos, mas sim em modelos seminovos que são vendidos a preços mais acessíveis para o consumidor. Trata-se de um ciclo em que todos ganham: o meio ambiente, as montadoras e o consumidor final.

O mais importante de tudo é não descartar de imediato um veículo que possa estar sinistrado. Uma coisa é o fato de ele não ter condições mais de rodar nas estradas, outra completamente diferente é o reaproveitamento das suas peças. Com um pouco de paciência, você pode reaver parte do seu dinheiro e ainda por cima contribuir para o meio ambiente.

Grande abraço!
Press Office

Thomas Agnus https://www.duniverso.com.br/

Autor do livro “O Emburrecimento do Mundo – Dicas Para Extinguir Uma Raça”, lançado pela Editora Viseu. Fundei o Portal Duniverso em 2009, iniciando minha saga como escritor.
P.S.: Nem todos os artigos são de minha autoria. No final de cada um encontra-se o nome do autor.

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