Proclamação da República

Proclamação da República

Por Antônio de Oliveira

“O Estado nunca se vê”, diz Mia Couto, que conclui com desânimo: “Por essas e por outras é que eu me pirei desse mundo em que o Estado nunca se vê, mas aparece sempre a tirar-nos as nossas coisas”. Tira-nos as nossas coisas, inclusive em nome da “res publica”, mediante pesados impostos, e nos retribui os direitos, quando retribui, sob o eufemismo de benefício, como do INSS, por exemplo, sob um rótulo leviano que insinua tratar-se de um favor, de um presente do governo.

E, quando esses presentes têm especial interesse eleitoreiro, vêm embrulhados para embrulhar o eleitor nos chamados pacotes de bondade. Com a obrigação, para os beneficiados, de demonstrar reconhecimento por meio do voto.

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Por falar em rótulo leviano, a palavra “leviana” deu o que falar na campanha eleitoral para a presidência da República, cujos debates foram muito focados em palavrório, voltado mais para o passado que para o futuro. Já a palavra “república” não deu o que falar, pois pouca gente sabe o que significa e, sobretudo, que consequências acarretaria na prática. O que, aliás, não interessa tanto mesmo.

Praticamente nunca, desde sempre, isto é, desde a proclamação da República, em 15 de novembro de 1889. Quando o povo já não estava entendendo nada. A única coisa que ficou clara, para a população, é que o imperador D. Pedro II havia sido deposto e que seria deportado para a Europa, onde, por sinal, passou os seus últimos dois anos de vida, vivendo só e com parcos recursos.

Bom lembrar também que D. Pedro II era muito estimado pela população. Só com o tempo sua reputação oficial foi resgatada e seus restos mortais foram trazidos para a cidade de Pedro, Petrópolis, como os de um herói nacional. Esse gênero de filme faz parte da história da humanidade. Ser considerado herói ou vilão, isso costuma depender muito da mídia ou de quem está no poder. Vilão hoje, herói amanhã; herói ontem, hoje vilão. Mas andar com fé eu vou!…

Autor: O professor Antônio de Oliveira, cronista fascinante, é Mestre em Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma, na Itália. Licenciado em Letras e em Estudos Sociais pela Universidade de Itaúna; em Pedagogia e em Filosofia pela Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras de São João del Rei. Estágio Pedagógico na França. Contato: [email protected]

Imagem: sxc.hu

Thomas Agnus https://www.duniverso.com.br/

Autor do livro “O Emburrecimento do Mundo – Dicas Para Extinguir Uma Raça”, lançado pela Editora Viseu. Fundei o Portal Duniverso em 2009, iniciando minha saga como escritor.
P.S.: Nem todos os artigos são de minha autoria. No final de cada um encontra-se o nome do autor.

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