Primavera, Um Estado de Espírito

Primavera, Um Estado de Espírito

Por Antônio de Oliveira

Lirismo, uma maneira apaixonada, poética, de sentir, de viver; de viver com entusiasmo, ardor. Sem medo de ser feliz. Segundo o crítico italiano Benedetto Croce, lirismo é símbolo da arte em geral, como expressão dos sentimentos. Arte, por sua vez, é a capacidade de fazer uma leitura a partir do lirismo da natureza que, mesmo calada, dá seus recados. Basta perceber que os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de suas mãos. Sim, para quem tem olhos de ver e ouvidos de ouvir…

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Ter alma de artista é ter alma de salmista, alma de alpinista. É ser parteiro, extraindo o lirismo do ventre da natureza; é ser parceiro, partilhando o milagre da criação. É dar voz aos seres inanimados. É escutar e decodificar os sons da natureza. É ouvir a voz dos animais e apreciar-lhe o timbre. É ter ouvidos para o suave marulhar do riacho e para o ondular ritmado e majestoso do oceano. É saber e sentir que a nossa primavera existe.

Primavera é como que um estado de espírito. Para nós, que não temos inverno rigoroso, a primavera é perene cantar da natureza. Simbolicamente, é milagre, e milagre o ano todo. E porque estamos vivos e lúcidos, vemos e sentimos tudo isso acontecer. Fazemos parte integrante desse milagre. Milagre ao qual somos desdenhosos, pelo menosprezo, senão pelo desprezo da natureza: desmatando, poluindo, obturando os poros de solos férteis, provocando erosões. Em suma, desvirginando a natureza mediante atos de verdadeiro estupro.

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William Shakespeare diz coisas simples em linguagem poética, transforma ideias aparentemente banais em gestos apaixonados como os do romance de Romeu e Julieta. Ou em grandes e calorosos dramas. Até hoje Shakespeare nos deixa extasiados ante o sublime de gestos encenados em que até a megera é domada. Então, olhai os lírios do campo!… Olhai e vede ao redor. Em Belo Horizonte, transbordante de cores, ipês floridos: brancos, amarelos, roxos, rosa…

Autor: O professor Antônio de Oliveira, cronista fascinante, é Mestre em Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma, na Itália. Licenciado em Letras e em Estudos Sociais pela Universidade de Itaúna; em Pedagogia e em Filosofia pela Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras de São João del Rei. Estágio Pedagógico na França. Contato: [email protected]

Imagens:
sxc.hu    /    pt.wikipedia.org

Thomas Agnus https://www.duniverso.com.br/

Autor do livro “O Emburrecimento do Mundo – Dicas Para Extinguir Uma Raça”, lançado pela Editora Viseu. Fundei o Portal Duniverso em 2009, iniciando minha saga como escritor.
P.S.: Nem todos os artigos são de minha autoria. No final de cada um encontra-se o nome do autor.

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