Pão e Circo

Pão e Circo

Por Antônio de Oliveira

Este binômio, “panem et circenses”, consta de uma sátira de Décimo Júnio Juvenal ou, como comumente citado, Juvenal, e significam pão e espetáculos circenses. Com essa frase mordaz, há quase dois milênios o escritor latino se dirigia aos romanos da decadência, que só pediam trigo, no fórum, e espetáculos gratuitos, no circo. Os espanhóis dizem: “pan y toros”. Pão e festas mantêm o povo quieto, “Pane e feste tengono il popolo quieto”, é outra frase que diz praticamente a mesma coisa, de Lorenzo de Médici, no século XV. Ajunte-se a isso: Não ganha eleição quem não vende ilusão.

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Carnaval, futebol, shows sertanejos, televisão, condições mínimas de sobrevivência mantêm o povo brasileiro acomodado. Na verdade, somos bombardeados por notícias de fraudes, corrupção, desvios de dinheiro, mordomias, ganhos astronômicos, invejáveis, praticamente nos três poderes e nos três níveis, federal, estadual e municipal. Essa realidade vai na contramão dos discursos políticos e dos devaneios publicitários. Não dá para entender!

O livro “Os dois Brasis”, de Jacques Lambert, sociólogo francês, foi publicado antes da inauguração de Brasília. Aqui me valho apenas do título da obra para compartilhar uma possível visão, talvez mais uma entre tantas visões, de dois brasis nos dias de hoje; um real; o outro, imaginário, retratado na letra do nosso Hino Nacional: ”És belo, és forte, impávido colosso, e o teu futuro espelha essa grandeza”. Ó Pátria idolatrada!…

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Na realidade, o Brasil continua distante anos-luz da Utopia do escritor inglês Thomas Morus. Estamos longe de uma cultura que privilegie o desprendimento de nossas autoridades. Uma cultura que privilegie o espírito público e dignifique o cidadão, a cidadã, principalmente aquele e aquela que ralam, chegam a casa de noite, e já têm que se levantar de madrugada para pegar de novo no batente, na dependência de um transporte coletivo precário. Haja determinação! Haja coração!…

Autor: O professor Antônio de Oliveira, cronista fascinante, é Mestre em Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma, na Itália. Licenciado em Letras e em Estudos Sociais pela Universidade de Itaúna; em Pedagogia e em Filosofia pela Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras de São João del Rei. Estágio Pedagógico na França. Contato: [email protected]

Imagens: Wikipédia

Thomas Agnus https://www.duniverso.com.br/

Autor do livro “O Emburrecimento do Mundo – Dicas Para Extinguir Uma Raça”, lançado pela Editora Viseu. Fundei o Portal Duniverso em 2009, iniciando minha saga como escritor.
P.S.: Nem todos os artigos são de minha autoria. No final de cada um encontra-se o nome do autor.

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1 Comment

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  1. 1
    HELIO EDAURDO

    BEM PERTINENTES AS REFLEXÕES DO AUTOR! CREIO, ENTRETANTO, QUE PODERIA TER SIDO MAIS INCISIVO E DETALHADO AS MANOBRAS QUE AS ELITES DESTE PAÍS, DESDE OS TEMPOS DA ESCRAVIDÃO, BASES SOBRE AS QUAIS ESSA NAÇÃO FOI FUNDADA ( EXTRATIVISMO, CORRUPÇÃO, ESCRAVIDÃO E CLEPTOCRACIA) TÊM FEITO PARA SUA PRÓPRIA MANUTENÇÃO NO PODER LOCUPLETANDO COM AQUELES QUE RETIRAM DA NAÇÃO SUAS RIQUEZAS E AS ENTREGAM AOS ESTRANGEIROS E AOS INTERESSES PESSOAIS E PARTICULARES!

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